As revistas femininas e o corpo da mulher.

Janeiro 4, 2007

A noção de que o corpo feminino é um construto social  (algo determinado pela sociedade) é lugar comum na crítica. Porém, mesmo a crítica mais engajada não consegue dar conta das reais implicações desta grave questão na nossa sociedade.

A anorexia é algo produzido, fabricado pela mídia. O papel da indústria da moda, que perpetua e fixa as imagens de modelos cadavéricas como padrão de beleza, é particularmente irresponsável. As revistas Vogue e Bazaar empregam, geralmente, um seleto grupo de modelos. Essas moças são MUITO mais altas e MUITO mais magras do que o padrão considerado normal. Elas são tão magras que as estruturas ósseas de seus corpos são macabramente visíveis sob suas pálidas e brancas peles.

A glamorização do corpo magro e a demonização do corpo “cheio” é assunto onipresente em quase todas as revistas de moda. As imagens conseguem transmitir muito mais do que palavras. Facilmente, nossos olhos aprendem a distinguir o que é bonito do que é “feio”. Mas não são apenas as imagens, há os artigos que advogam estratégias absurdas para se conquistar um homem, que discutem as dietas e exercícios da moda, além dos depoimentos de mulheres que perderam peso (e agora são, magicamente, felizes).  Fora os ensaios “científicos” (de médicos, psicólogos, terapeutas, etc.) com ultra-mega dicas de “saúde”. A linguagem destes textos é fácil, sedutora, e tudo é naturalmente assimilado.

Ainda que algumas mulheres reclamem dessa verdadeira ditadura pela magreza, é, de fato, muito difícil ficar imune a este discurso sorrateiro que permeia os nossos olhos diariamente. 

Assustador.

12 Respostas to “As revistas femininas e o corpo da mulher.”


  1. Consegui!!! Os posts estão excelentes!

    Também consegui botar você no meu MSN, Ted viaja manhã e aí eu vou ter tempo pra te dar uma forcinha com o template, OK?

    Benvinda à blogosfera, querida! estávamos precisando de mais blogueiras como você 🙂

    Beijos!!!

  2. Lili Says:

    Que bom que você tomou essa decisão. Bem-vinda!
    Sobre essas imagens, uma vez uma professora comentou sobre a maneira falsa como se vende o sexo na pronografia. Sexo de verdade não é aquilo e que muitos homens procuram reproduzir aquelas imagens. Nunca esqueci esse comentário.

  3. cris s Says:

    Denise,
    Obrigada pelo comentário! Você foi e continua sendo um exemplo para mim.
    Obrigada pela ajuda.
    Apareça sempre!
    bjs,
    Cris S.

  4. cris s Says:

    Lili,
    Que bom que você passou para visitar o meu blog recém nascido! Para falar a verdade, eu não sabia que você tinha um também. Vou passar lá.
    A tua professora fez um comentário bem pontual e que se aplica bem à questão da imagem da mulher nas revistas femininas.
    Um beijão!
    Cris

  5. elisa Says:

    Este desfasamento entre realidade e a ficção que os média nos vendem É assustador mesmo. Pena que muitas ( emuitos) queiram caber á força neste moldes préfabricados e não consigam apreciar a maravilha da diversidade! Pior ainda é a dúvida que vão semeando até nas personalidades mais sólidas e mais auto-confiantes. Mas enquanto houver quem o denunciar, podemos ter esperança:)!

  6. cris s Says:

    Elisa,
    A diversidade é a beleza da vida, não? Mas o poder da mídia é impressionante.
    Concordo com você: é importante chamar atenção para o assunto e levantar questionamentos.
    Obrigada pelo comentário! Gostei muito do teu blog. Todos falam que Porto é uma das cidades mais belas de Portugal. 🙂
    Tudo de bom para você.
    Cris

  7. Regina Says:

    Cris,

    As vezes eu acho esse lance todo da obcecao com magreza e com os padroes de beleza inatingiveis (e na minha opiniao cadavericos) tao decadente. Eu li um comentario uma vez que ficou na minha cabeca. Era mais ou menos assim: “a gente nao ve menina com anorexia nas favelas” ou “sera que existe menina com anorexia nas favelas?” Anyway, you get my point!

    Bjs.

    Regina

  8. cris s Says:

    Regina,
    Não sei… O primeiro caso clínico de anorexia nervosa foi registrado lá por 1870, na Inglaterra. Só que há vários relatos de “anoréxicas” na história. As teóricas feministas registram a Catarina de Siena (séc. XV) como a primeira anoréxica. A vida dela foi impressionante.
    Pois é, acho que a anorexia é uma doença muito mais presente nas classes média e alta, sim. Mas não acho impossível que existam anoréxicas nas favelas. Dá p/ fazer uma analogia c/ a depressão. Será que existe depressão nas favelas? Grosso modo, acham q depressão é coisa de “rico”. São questões bem complexas.

    Bjs,
    Cris

  9. Regina Says:

    Cris,

    Voce levantou um ponto interessante. Eu acho que e’ claro que existe depressao nas favelas, e muita. Mas eu acho que quando a pobreza e’ tao extrema e ha’ na verdade falta do que comer, os conflitos sao outros. Nao sei. E’ so’ especulacao minha. Eu nunca morei em favela. Mas meus pais nunca tiveram muito dinheiro. Eu me lembro de ter vezes de termos que esperar meu pai chegar com o dinheiro para comprarmos comida. O meu “issue” e’ outro. Por exemplo, se eu sei que os supermercados vao estar fechados por causa de um feriado, eu sinto a necessidade de abastecer a casa. Comida me traz seguranca.

    Bjs.

    Regina

  10. cris s Says:

    Regina,
    O Bill também é assim. Ele fica agoniadíssimo quando tem pouca comida em casa. Tenho certeza que é coisa da infância dele.

    É, muita gente afirma que depressão é uma doença inventada pela psiquiatria. E que é coisa de rico. Acho balela. Mas a questão da anorexia envolve tanta coisa, né? A auto-imagem, a imagem imposta, etc. Acho que acharíamos alguns casos nas favelas do Rio, sim. Mas não tenho certeza. É uma questão interessante.
    bjs,
    Cris

  11. Priscila de Barros Pellegrini Says:

    Gostaria de poder trabalhar com voces. Psicologa clinica e domiciliar. Formada em 1985 pelo IUP.
    Aguardo contatos futuros

  12. Thamyres Says:

    Euu odeiio quando falaam mal do justiin bieber ele é minha vida entãao antes de colocar ao rosto dele num corpo de mulher aprende a ser homem tem q ter 4 bolas e dois peniis!


Deixe uma resposta para cris s Cancelar resposta