O que é uma nação? Qu’est-ce qu’une nation? What is a nation? Qué es una nación? 什么是国家?

Junho 29, 2007

A Regina do Always-por-um-triz escreveu um post excelente sobre a condição ‘de exílio’. Ao meu ver, ela lida muito bem com sua situação de imigrante e se situa, em suas palavras, “como uma cidadã do mundo”. Quem dera as pessoas tivessem a consciência cultural da Regina. A grande maioria responde a conceitos muito arraigados no imaginário coletivo. E é esse debate que eu gostaria de levantar nesse post.

A palavra nação vem do latim natio que designava “uma comunidade local, um domicílio, uma família, uma condição de pertencer” (Bhabha 1990, p. 45, minha tradução). Logo, o conceito originial de nação estava intimamente ligada com a situação de nascer em uma comunidade ligada à um lugar. A idéia do “Estado-Nação”, i.e., uma entidade política, administrativa e legislativa, só veio mais tarde e foi, aos poucos, sendo assimilada e confundida com “nação”. A mistura da idéia da nação com a prática e poder do “Estado-nação” forma o nacionalismo, que vem a ser uma das forças mais poderosas na sociedade contemporânea. Acontece que o o nacionalismo é algo forjado por meio de invenções históricas arbitrárias; é, em outras palavras uma invenção social.

Franz Fanon foi um dos primeiros a teorizar sobre a questão do nacionalismo, que ele define como “um conjunto de esforços feitos pelo povo na esfera do pensamento para descrever, justificar e elogiar a ação pela qual aquele povo se criou e se mantém em existência” (in: Ashcroft, 2001, p. 151, minha tradução). Até aí tudo bem, mas o próprio Fanon, no mesmo artigo, já adverte sobre os perigos dessa consciência nacional, ao dizer que o nacionalismo é apenas ‘uma concha vazia’, ou seja, simplesmente, uma ‘bela’ palavra oca. Como diz Bhabha, o “nacionalismo não é o despertar das nações para uma auto-consciência: ele inventa nações que não existem” (1990, p. 45, minha tradução).

Um outro termo, cunhado por Benedict Andersen, freqüentemente utilizado para designar a nação no discurso pós-colonialista é o de “comunidades imaginadas” (1986, p. 15). Particularmente, eu gosto bastante dessa expressão; ela denota a artificialidade da idéia da nação, como ela é inventada e imaginada a partir de um caráter artificial de coesão étnica, cultural e territorial.

Esses dias, a Raquel  fez uma pergunta bem interessante: o que é “literature without maps”? São textos que tentam desconstruir as fronteiras artificiais do mapa, que articulam e parodiam estilos diferentes, que brincam com as polaridades “Império x Colônia”,  “Nós x o Outro”, “Centro x Margem”.  É um tipo de literatura que resiste ao rótulo artificial  e simplista de “brasileira”, “americana”, “australiana”. Encontramos esses textos em países que passaram pelo processo de colonização ou em países onde há várias diásporas, como os Estados Unidos e alguns países da Europa. Lembremos que, no período colonial, a literatura foi um dos veículos mais apropriados para a difusão dos ideais que precisavam ser alicerçados na nação em construção. No Brasil, por exemplo, esse tipo de literatura é conhecido como “nacionalista” ou “narrativa da nação”. Romances como Iracema, O Guarani, entre outros, são paradigmáticos dessa fase. Com o passar do tempo, a própria literatura das ex-colônias européias reconhece que nunca conseguiria desvincular-se totalmente do colonizador. Esse período de aceitação e reconhecimento é que produz uma literatura muito mais fecunda e rica. Vemos essa preocupação com o axioma do movimento modernista brasileiro “Tupy, or not tupy”. A questão da literatura sem mapa (ou da literatura pós-colonialista) é essa: é o “to be”, mas também é o “not to be”.  É as duas coisas. É a soma da voz do Império, que afinal, jamais poderá ser apagada, à “nova” voz, adquirida, meio aos trancos e barrancos, na nova terra. A literatura encontra novos rumos e recupera a sua força.

É por isso que eu curto esse discurso ambivalente. A arte, ao aceitar a sua condição de “entre-lugar”, se renova e revigora, sem se reduzir às muletas dos modelos eurocêntricos. É pelo mesmo motivo que eu curto escutar “world music” (música do mundo), que segue exatamente o mesmo princípio da “literature without map” — mesclandando sons, ritmos, instrumentos e mesmo língua diferentes.

As representações que perpassam os nosso cotidianos inventam o nosso mundo e forjam o nosso olhar. A nação é inventada. A própria história oficial é inventada (e re-inventada). A mulher, nossa, essa é uma invenção poderosa e muito perigosa. A ideologia utiliza imagens, signos, textos, símbolos, valores, crenças, filmes, etc. que ‘naturalizam’ conceitos. Todos somos vítimas dessas invenções. No entanto, confio no espaço crítico que podemos cultivar em nós mesmos. Acredito, também, que ler, refletir, questionar e falar sobre o assunto ajuda a criar um espaço de resistência.

Há muitas ramificações interessantes para esse debate.  Esse post é apenas um amuse-bouche, como diriam os franceses.

O que é uma nação? É um contorno de lápis desenhado num papel avida e rapidamente,  vez por outra apagado e reconfigurado. É um hino composto laboriosamente por alguém. É um gol de futebol. É um aplauso e um grito abafado. É um samba enredo do carnaval passado. É um sonho sonhado por outra pessoa. É só isso e mais nada.

E é por isso que se mata e que se morre.

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Mapas: Ambos encontrei na wikipedia. O primeiro é uma releitura da visão de Ptolomeu de 150. O segundo é de Artelius, c. 1570. A comparação de mapas de épocas diferentes comprova como os territórios sempre foram vistos de forma arbitrária.  

Referências bibliográficas:

ANDERSEN, Benedict . Imagined communities. Reflections on the origins and spread of nationalism. Norfolk: Verson Editions, 1986.

ASHCROFT, Bill (ed.). The post-colonial studies reader. London: Routledge, 2001.  

BHABHA. Homi. Nation and narration.  London: Routledge, 1990.

30 Respostas to “O que é uma nação? Qu’est-ce qu’une nation? What is a nation? Qué es una nación? 什么是国家?”

  1. Regina Says:

    Cris,

    Muito obrigada pelo link. Sinto-me honrada. Excelente o seu post. Como sempre muito bem escrito e informativo.

    Adorei o conceito de “nacao imaginada” e do “espaco de resistencia.” Sinto vontade de escrever mais sobre isso.

    Mudando de assunto. Recebi o seu email. Obrigada. Ando sem tempo, mas responderei assim que puder.

    Beijos,

    Regina

  2. Alexandra Says:

    Cris,

    Excelente post! Como você deve saber, o nacionalismo é um conceito que surgiu em um momento histórico específico – o turbulente século XIX – e estamos lidando com as consequências perniciosas desse conceito até hoje. Tenho um amigo que diz que o nacionalismo foi a pior coisa que o homem já inventou… Como ele é alemão, nascido em 1948, eu entendo a sua posição e concordo plenamente.

    Mas eu acredito que o tempo do nacionalismo está passando. Estamos nos encaminhando a um mundo mais multinacional, multicultural, global… E isso não precisa ser necessariamente uma coisa negativa. Não precisa ser necessariamente reduzido ao esquema paises-ricos-explorando-paises-pobres-sem-pagar-impostos. E eu não acredito que diferenças regionais, a cultura típica de cada região tenha que ser sacrificada. Eu acho que o contato só tem a enriquecer a todos…

    A nação é realmente imaginada. Eu me questiono muito sobre isso. Pq eu tenho que achar o Brasil o melhor lugar do mundo só porque eu nasci e fui criada lá? Eu gosto do Brasil, da minha cultura, do meu idioma, mas também tem muita coisa lá que eu não gosto e com as quais não concordo. Vim para o Canada meio que por acaso, gostei, adquiri cidadania e me sinto em casa aqui. Tenho uma conexão especial com a minha cidadania canadense pq eu escolhi ser canadense, foi uma decisão racional. Algumas pessoas criticam essa posição dizendo que estou traindo as minhas origens. Por que? Eu jamais nego minhas origens. Elas fazem parte de quem eu sou hoje. Mas as minhas experiencias aqui ou em outros lugares do mundo também fazem parte de quem eu sou e não vejo pq negar isso… Afinal, uma mãe não ama mais o filho biológico do que o adotado… não vejo pq tem que ser diferente com os lugares em que escolhemos montar nossa barraca…

    Bjos!

  3. Gi Says:

    No atual momento, pessoas me massacram no Orkut, me chamam de “ah, você tem repugnância pelo Rio”, logo eu – patriotíssima porque muito crítica! 😉 A crítica anda juntinho com a mudança e a grande Hilda Hilst já dizia: “na rua está cheio de mendigos otimistas” – claro que ela não dizia que era culpa deles.

    Enfim, há o recalque daqueles que desejam sair de suas terras, desbravar e não o fazem por falta de dinheiro, oportunidades ou por medo de largar a segurança. E esse sentimento, complexo é pernicioso, pior do que a inveja. Mas de certa forma, um pouco dele é bom, um pouco desse tal “complexo de inferioridade”, especialmente o do brazuca, pois ele nos faz “presos a um pouco de terra e raíz”. Considero bom, contanto que não seja exagerado a ponto de condenar os que amam “musique du monde”, os que moraram fora, os que adoram e têm talento pra aprender outras línguas de forma autodidata e rápida, os que conseguem viver outro tipo de vida no lugar onde nasceram – eu por exemplo: nao curto boteco, mas já fui e não morri. Não amo tanto assim o Samba e o Chorinho, mas conheço, fiz Cultura Brasileira na faculdade.
    ;-))

    Cris, entendo esse conceito de “nacionalismo como invenção”, mas devemos tomar cuidado pra que ele não caminhe lado a lado com outras idéias maquiavélicas de “mondialisation”. Na verdade, “rico se aproveitando de pobre e por isso é rico” e “terceiro-mundo versus primeiro-mundo” ainda existem sim; não são apenas “conceitos inventados culturalmente”. No meu mundo real eles são fortíssimos e são conduzidos pelos desejos de poder, de grana, mas é também verdade que a dita Ocidentalização disfarça quem está no poder e não há raça nem nação nela, pois não é geográfica somente, é abstrata.

    Tenho um amigo canadense (com o qual não falo há muito tempo, por sinal) que em Paris (onde ele morou por 5 anos) adotava uma postura “estou junto dos “français de souche” (sobretudo quando me conheceu e me ajudou), porque esta lhe convinha e, no entanto, quando desembarcou em “terras cariocas”, o discurso mudou: comprou camisa dos Sem Terra, fingindo adaptação. Acho “fake” e oportunista.
    ;-0

  4. cris s Says:

    Regina,

    Que bom que você gostou: valorizo muito a tua opinião.
    Eu também gosto muito da noção de “imagined communities”. Achei interessante que o teu post suscitou curiosidade para que eu e a Alexandra escrevessemos os nossos posts. E agora você diz que pretende escrever mais sobre o assunto. Que saudável isso, não?? Com certeza faz valer a nossa existência na blogosfera.

    Quanto ao email, don’t sweat it, eu sei que a tua vida é bem corrida. A minha também. Aliás, tenho que correr!
    beijocas

  5. cris s Says:

    Alexandra,

    Que bom que você gostou do post!
    Eu entendo o processo que você descreve com tanta legitimidade. Afinal de contas, foi uma questão de escolha, como você bem explica. Me parece que, além de ser racional, foi também, um pouco, emocional, não? O lado do coração também ajuda bastante nesse caso.

    Sabe, eu entendo as pessoas que acham que o Brasil é o melhor país do mundo, justamente porque eu sei que elas respondem à essas construções sociais de uma forma direta, sem muito questionamento.

    Eu sempre *tento* não julgar, Alexandra. Acho, também, que muito depende das circunstâncias de vida que o país onde você nasceu te proporcionava versus as novas oportunidades no país onde você vive. É importante você se sentir útil e saber que você pode crescer como indivíduo (em todas as suas esferas).

    Já passei lá no teu blog e depois comento. Estou de saída.

    Beijocas e seja sempre benvinda aqui!

  6. cris s Says:

    Gi,
    Gostei muito do teu comentário. Concordo com uma porção de coisas e discordo de algumas, mas são poucas as coisas que discordamos. 😉

    Eu não critico quem sai do país e tem saudades dele, eu compreendo e tento não julgar. Também entendo que o sentimento de ‘pertencer’ seja importantíssimo e que nunca conseguimos extirpar as nossas raízes, veja a importância da origem da palavra ‘natio’, sem a confusão do Estado-nação, que é outro papo.

    Estou falando de um ponto de vista teórico e político. As nações são invenções sim e nós estamos imersos nessas representações da nação. Seria inocente falar que eu não me sinto brasileira. É claro que sim, e é também claro que se eu me mudasse eu sentiria falta do BR, de certas comidas, de alguns tipos de música, do lado mais caloroso do povo, etc. Mas tentaria me ajustar e viver bem no outro país.

    A questão do 3o mundo: antes de 1952, nunca ninguém havia falado nisso. Logo depois, virou um cliché jornalístico com imagens recorrentes de pobreza, doença e violência. Nós sabemos que há um abismo entre países ricos e o Brasil, mas essa redução à categoria de 3o mundo é também arbitrária e simplista, pois ela não contempla muitos aspectos e tudo parece farinha do mesmo saco. É claro que feito para parecer assim mesmo e serve à questões políticas e econômicas tão sujas que eu nem quero pensar…

    Enfim, espero que você não tenha entendido que eu estou falando mal do Brasil, ou de quem nutre sentimentos nacionalistas. Não é isso mesmo. Eu entendo isso e me identifico também, porém resisto à muita coisa.

    bjs

  7. Gi Says:

    Cris, eu não sou muito boa em História, nem na escola me dava bem, diga-se de passagem.. 😉 Qualquer coisa de cronologia me confunde um pouco, mas sei que Aldous Huxley escreveu “Brave New World (sei que é um livro batidíssimo, mas não perde nunca sua importância; eu li e adorei como a maioria o fez) e este livro foi publicado em 1932 e apesar do autor não falar em 3° mundo, a “noção de selvagem” já se aplica por si só a um “mundo a parte do mundo principal”, portanto visto como “terceiro” e “menor”.

    Não li no seu texto nada de “falar mal do Brasil”, muito pelo contrário, até comecei me queixando das opiniões exageradas do povo lá no Orkut, e estou sendo “vítima”. hehe Só tenho um pouco de receio às vezes porque percebo um certo comportamento em algumas pessoas que mudam de país; algo como um “novo e ultra nacionalismo”, “ufanismo às avessas”. O apátrida então se tornaria o objeto de sua crítica, justamente como defesa e auto-afirmação pra poder dizer que é realmente feliz no “novo lugar”. Isso me soa uma volta ao “complexo de vira-lata” (falado por Nelson Rodrigues) independentemente da necessidade racional de ter que se adapatar a nova cultura, que recebeu a pessoa. Foge-se do complexo de vira-lata mas quanto mais se foge mais vamos ao encontro do mesmo. É uma opinião pessoal. ;-))

  8. Gi Says:

    Corrigindo: “adaptar à nova cultura” e “mundo à parte”. ;-))

  9. cris s Says:

    Gi,
    Muito antes do Huxley (eu AMO Brave New World também) há essa noção. Desde que o europeu encontrou o Outro (o oriental, o africano, todos os ‘marginais’).

    Outra coisa… eu também acho a mesmíssima coisa que você quanto à atitude “complexo de vira-lata” (adorei o termo, o N.R. é ótimo!). Eu acabo, para não me chatear muito, me afastando de gente assim. Principalmente aqueles que se julgam (somente por morarem em países europeus ou nos E.U.A) numa posição superior e se dão o direito de criticar absolutamente tudo aqui. Inclusive atitudes. É claro que tudo é passível de ser criticado, mas dentro de uma certa postura ética e moral, né? Eu tendo a visitar blogs das brasileiras que moram fora que tenham uma postura aberta. Já li coisas horrorosas, como: “uma vergonha esses brasileiros que encontro falando alto nos celulares dentro de livrarias”. Juro, eu fujo desse tipo de gente. Como se alguns americanos não fizessem isso… Odeio essas doutrinações simplistas e baratas. Tô com você nessa e não abro!! Aliás, foi, acho, que num comentário meu sobre isso que você veio parar aqui, não?
    Há de tudo nessa blogosfera e juro p/ você que eu prefiro ter um círculo de leitores e blogs que visito menor, mas que me dão prazer.
    bjs

  10. Gi Says:

    Cris, fui mal-compreendida à beça na comunidade que freqüento no Orkut; tudo por conta do assunto “aluguel de quarto para estrangeiros”.

    Eu dizia que aqui em casa a porta se fechou nesse sentido aos meus compatriotas desde 2005 + ou -, porque apesar deles serem honestos, de ter aparecido gente boa, eu e meu pai optamos por instituições, faculdades e empresas que nos garantem uma certa estabilidade (não são à prova de estrangeiro 171, claro.. hehe) e o preço pago é em relação à moeda estrangeira, então fica mais do que o dobro cobrado antigamente pela gente. E tivemos muitos problemas com brasileiros nas questões de”folga”, personalidade . Nossa, não entenderam que a questão era financeira e fui vista como “deslumbrada’. Senti um recalque do outro lado e tentei não me irritar, apesar da moderadora, de quem gosto, sempre tentar dar uma “irritada” básica em mim. hehe Somos colegas, mas agora já estou grandinha pra perceber essas manobras. ;-)Precisava ver.. e ainda me disseram, me “aconselhando”: “vc não está adaptada, é normal” e achei engraçadíssimo, porque nunca vou me adaptar ao que julgo ruim e injusto, pois minhas raízes, minha família são todos “viajados”, gente com quem não tenho contato, mas eu própria tenho várias ascendências e não deixo de ser brasileiríssima por isso. ;-))

  11. cris s Says:

    Gi,
    É isso mesmo: nunca se adaptar ao injusto! Independemente da nacionalidade, partido, religião. Eu penso assim também.
    Mas sabe que tive muitos problemas com uma americana folgadíssima que ficou lá em casa. Nem gosto de falar sobre isso. Ah e conheço um francês que foi ficando na casa de uma amiga minha até ela, praticamente, expulsar o cara. Acho que esse troço de ‘folgado’ não é exclusividade de uma nacionalidade. É falta de caráter e de educação.

    beijocas

  12. Gi Says:

    Com certeza, Cris, mas eu dizia lá na comunidade que as pessoas sempre se baseiam nas suas experiências pessoais, por mais que tentem se separar disso, por mais que tentem a imparcialidade. E fui acusada de “ah, vc está colocando suas experiências”, mas é claro que estou,;é minha vida! ;-0 As experiências com estrangeiros na “casa deles” foi mais ou menos porque eles se sentem os “lords” e viram monstros nas “suas casas”, seu país, porém, na minha casa e tendo um contrato (por mais que não tenha garantias contra 171 e folgados.. hehe) e uma instituição por trás ajudou bastante. Estou na terceira experiência até agora e nem conto direito a segunda, pois a italiana ficou espantada com a distância (pra mim é normal) entre minha casa e a faculdade (tudo na mesma zona, inclusive, mas ela deve estar acostumada aos mil metrôs da Europa) e se mandou depois de completado um mês e pouco e sem contar que eu estava lá na França. Ela tinha arranjado algo mais perto com outra italiana. Ela aproveitou e 2 dias depois da minha partida, se mandou, mas era um amor de pessoa, honesta, nos deu presentes, pagou tudo certinho, multa, enfim. Nenhum problema salvo essa pequena decisão repentina. Mas eu e meu pai não dependemos horrivelmente disso, graças a Deu.

    As minhas experiências negativas foram com brasileiros, mas houve gente boa também. Brasileiro acaba achando que vc que está mal, mas essa situação é uma troca e se há alguém mal dos bolsos é quem aluga quarto, não quem recebe. Quem recebe quer extra muitas vezes. E lá no orkut eles pareciam não compreender que entre uma tal quantia e uma outra mais do que o dobro, qualquer cidadão inteligente prefere a segunda.

  13. Gi Says:

    Explicando melhor: parecia que eles estavam me dizendo algo como “ei, seja patriota e perca dinheiro”. Nem por todo amor do mundo pelo Brasil eu vou optar por ser engabelada.
    ;-))) Essa gente endoidou.

  14. Cristiano Pinheiro Says:

    Seu texto está muito bem escrito e trata de um tema importante. Estou fazendo agora um artigo sobre o conceito de nacionalismo no corpus teórico do grupo do semanário Marcha de Montevidéu, e, escarafunchando coisas na internet, encontrei este blog. Parabéns pelas ponderações. Gostei muito.

  15. cris s Says:

    Cristiano,

    Obrigada pelo comentário. Se quiser dar uns pitacos, sinta-se à vontade! Que grupo é esse (o de Marcha de Montevidéu)?

    Cris


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  17. free Says:

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  18. free Says:

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  19. Lívia Says:

    Oi. Gostei do que você escreveu.

    De onde você tirou a última citação referida no seu post (O que é uma nação? É um contorno de lápis desenhado num papel avida e rapidamente, vez por outra apagado e reconfigurado. É um hino composto laboriosamente por alguém. É um gol de futebol. É um aplauso e um grito abafado. É um samba enredo do carnaval passado. É um sonho sonhado por outra pessoa. É só isso e mais nada.
    E é por isso que se mata e que se morre.) Eu sou historiadora e minha pesquisa tem como um de seus focos a questão da construção da idéia de nação e essa citação é linda e me serviria como uma bela epígrafe. Mas, pensando academicamente, preciso da referência.

  20. cris s Says:

    Oi Lívia,

    Sou professora universitária, dou aulas na graduação e no mestrado. Trabalho com literatura, história e alteridade e tenho publicado vários artigos. A “citação” é de minha autoria e, se você quiser publicá-la, posso enviar referências completas. Aliás, todos os posts aqui são, naturalmente, de minha autoria, ao menos quando eu cito, como de praxe em qualquer trabalho acadêmico.

    cris s.

  21. Lívia Says:

    Adorei!

    Sim, sim… É que como está em itálico e separado (e sei lá!), achei que pudesse ser de algum outro autor.

    Antes de me atrever a perguntar (o que eu não faço na Internet), procurei um perfil seu, mas não consegui localizar.

    Adorei. Lembrei de um texto, salvo engano, do Ernest Guellner (que li enquanto estava na graduação.) Vou guardar seu texto junto com os meus escritos! E, é possível que esse trecho se torne das minhas epígrafes da minha dissertação.

    Por favor! Se você puder me mandar a referência completa ficarei agradecida. Mas de qualquer forma, se o texto é seu, posso citar fazendo referência ao site mesmo, já que foi publicado aqui, não é?!

    Muito obrigada pela ajuda e pela rapidez na resposta.

    Gostei do seu texto e dos seus comentários seguintes.

  22. cris s Says:

    Lívia,

    Eu não tenho perfil aqui, prefiro assim. Você poder me enviar algumas informações tuas, ou prefere ficar no anonimato (teu direito). É que se eu enviar minhas para a citação, gostaria de ter as tuas, se você não se importar

    cris s.

  23. Lívia Says:

    Não entendi. Mas não tem problemas, só você me dizer seu e-mail. Pois tenho problemas com essas ferramentas de Internet (e pânico também!). Você tem lattes? Acho que fica mais fácil de saber da nossa existência acadêmica. O que torna tudo muito mais certo, seguro e confiável.

  24. guerson Says:

    “É importante você se sentir útil e saber que você pode crescer como indivíduo (em todas as suas esferas).”

    Pois é. Acho que está aí minha conexão com o Canadá. Foi aqui que eu me senti valorizada como indivíduo pela primeira vez. Não sou cega aos problemas existentes aqui, muito pelo contrário, mas também reconheço as muitas oportunidades que tive aqui desde que cheguei. O futuro? Não faço idéia…

    Também me interesso por alteridade e esse verão estou dando um curso sobre as margens da europa medieval…

    Gostaria de saber mais sobre o seu período (que eu estudei só na graduação) – será que dá pra vc me mandar uma bibliografia dos seus artigos?

    bjos

    Alexandra

  25. cris s Says:

    Alexandra,
    Concordo plenamente. Aliás, esta é a minha grande queixa aqui no Brasil. Eu tenho completa ciência que se morasse em outro país, minha vida profissional seria bem melhor. Até já ensaiamos uma mudança, mas foi complicado por conta da família, então deixa estar.

    Eu ministro uma disciplina no mestrado que se chama “Linguagens da Alteridade”. Se quiser eu envio a bibliografia que eu utilizo. Posso também enviar a minha ementa, para você ter uma idéia. A minha publicação pessoal trabalha com alteridade em textos literários. Eu sou professora de Literaturas de Língua Inglesa (este bimestre estou ensinando Ondatjee – canadense!). Vou aguardar sua resposta.

    bjs

  26. Marcos Antonio Says:

    Muito bem colocada a sua idéia de nacionalismo. Queria que vc fizesse uma comparação entre Catoriadis, Gellner e Anderson sobre a noção de nação.

    Um abraço,
    Sou aluno da Ufal(AL) do curso de História Licenciatura e estou no 7º período.
    maspc40@hotmail.com

  27. Marcos Antonio Says:

    Muito bem colocada a sua idéia de nacionalismo. Queria que vc fizesse uma comparação entre Catoriadis, Gellner e Anderson sobre a noção de nação.

    Um abraço,
    Sou aluno da Ufal(AL) do curso de História Licenciatura e estou no 7º período

  28. cris s Says:

    Marcos,

    Como assim? Você quer que eu trabalhe algumas questões sobre a noção da nação para você?!! Que tal você próprio fazê-la e tentar contribuir efetivamente para a discussão?

    Acho que você caiu no blog errado! Next!

    Cris S.


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