ABRIL DE SHAKESPEARE V (2010)

Abril 19, 2010

O Abril de Shakespeare V começa nesta quinta, dia 22 de abril, com uma programação para todos os gostos: mini-cursos, mesas-redondas e palestras ministradas por especialistas em Shakespeare. Os eventos terão lugar na UFPR, na UNIANDRADE, no Solar do Rosário e na Cultura Inglesa. As inscrições devem ser feitas apenas para os mini-cursos. A entrada é franca. Então, o que você está esperando?

Segue a programação abaixo:


Honeybun is her name

Abril 18, 2010

A grande novidade da nossa família é que compramos a nossa golden retriever: a Honeybun! Ela é uma cachorrinha adorável de 10 meses que estava num canil. Quando a vimos, percebemos que ela não tinha o vigor típico dos golden retrievers, no entanto, pudemos observar que ela era super amorosa. E isso nos foi suficiente. Só que não tínhamos ideia do quanto esses 10 meses dentro de um canil, sem sair, pudessem representar. Honey tem medo de tudo, de grama, de degraus, de barulhos, de certas coisas. Ela não entende o conceito de brincadeira e, sabe-se lá porque, ela mal come. Nos primeiros dias, ela ficava deitada ao nosso lado, numa posição de total submissão. Tirei a foto abaixo no dia que a trouxemos aqui em casa.  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Hoje, oito dia depois, Honey parece outra cachorra: ela responde prontamente à algumas brincadeiras. Ela nos segue correndo e fica alegre quando nos vê, o rabinho abanando sem parar. Elatambém  já come sua ração com certa regularidade e adora maçãs e bananas (só pode ser minha filha!). Já começamos a adestrá-la e ela já senta quando escuta “sit” e quase sempre obedece quando dizemos “stay”. Eu a levo todos dias para caminhar e ela está aprendendo a andar com a coleira, o que nem sempre é fácil.

Corta o meu coração imaginar o que ela passou no canil  divindo um espaço exíguo com as outras cachorras. Sabe-se lá que tratamento ela teve das pessoas que trabalhavam lá. Isso me faz querer ser uma mãe muito melhor do que eu fui para o Buddy, nosso golden retriever que fugiu há 7 anos. Me sinto responsável por dar uma vida saudável e alegre para ela.  De qualquer maneira, o importante é que ela está bem mais ligada à tudo e já demonstra alegria e vivacidade! No mais, ela é uma cachorrinha ultra querida e espalha carinho para todos. Para provar, a foto abaixo que foi tirada hoje à tarde! Um verdadeiro amor de cachorrinha! Mel puro. Aliás, o nome, Honeybun, lhe caiu como uma luva.


Tá na hora…

Abril 5, 2010

…de mudar o tom aqui no blog. Até porque tudo mudou mais rapidamente do que eu pensava e a vida contiua, não é mesmo? 🙂 Portanto, fora muito trabalho, as novidades deste blog são as seguintes:

Papo corrida (what else?) Voltei a correr. Paulatinamente, mas voltei e os benefícios são perceptíveis desde a primeira re-investida. Que a Yoga me perdoe, mas a corrida faz maravilhas para as minhas endorfinas.

Papo consumista: semana passada me deu um ataque de consumismo irresistível e comprei dois pares de sapatos (lindos e confortáveis). O primeiro par devo receber ainda esta semana, fingers crossed. Aliás, que fique registrado que foi tudo culpa da Ana! O grande lance desses sapatos é que eles são recomendados pela Sociedade Ortopedista Americana. De alguns anos para cá, eu não aguento mais usar sapatos de salto alto e tenho absoluto horror de qualquer sapato que aperte os meus pés. Então, realmente estou preparada a sacrificar a estética em prol do conforto. Mas os meus Danskos são belos também!

Papo Páscoa: ganhei um ovo de chocolate  amargo,  70% cacau, do meu Coelhinho. Acompanhado de uma caixa de trufas… Ainda não abri o ovo porque fizemos um bacalhau maravilhoso ontem que foi comido em diversas porções e acompanho de vários elogios de todos da family. Depois, uma mousse de chocolate com calda de damascos e aí tenho q admitir que, no meu afã chocólatra, exagerei no chocolate e que a mousse, que quer dizer espuma em francês, não ficou bem uma espuma, mas sim um creme bem consistente. Never mind, terão outras Páscoas. Mas a culpa é toda minha, porque sempre me bate uma ziguizira na hora de fazer uma receita. Uma vontade louca de alterar e substituir ingredientes por outros, diminuir tal coisa aqui, aumentar ali. Resultado: uma receita jamais fica igual a outra. Não adianta, é sempre assim, portanto temos que saber viver com essas minhas manias.

Cozinha? E pra quem pensa que eu vivo cozinhando só porque eu já publiquei alguns posts sobre comida, é o seguinte: eu cozinho apenas em ocasiões feito Páscoa, aniversários e afins. Não tenho mais feito pães,  bolos, etc., simplesmente porque eu não tenho tempo. Por isso mesmo, posto assuntos ligados à culinária geralmente nas férias, ou seja, quando não estou trabalhando.

Papo China 2009: recebemos o livro do Eclipse de 2009. The 2009 Eclipse Book da Travel Quest. Explico: se trata de um livro cujos textos foram escritos por pessoas que fizeram a viagem para a China no ano passado conosco para ver o eclipse. Eu pensei em escrever, mas já estava ocupada escrevendo um artigo para um periódico e não tive tempo. Os textos são curtos e a grande maioria não tem nenhuma graça, tampouco estilo. No entanto, gostei de um texto cujo autor narra a viagem para seus netos. É o ponto de vista de uma pessoa de idade já mais avançada, mas ainda assim apaixonada pela vida e por esses fenômenos celestes inusitados como eclipses. Achei o texto singelo e tocante.  Mas, no geral, quase todos os textos elogiam os impecáveis serviços da Travel Quest. No final, foi até bom eu não ter enviado o meu texto, porque se fosse para falar algo da Travel Quest, teria uma lista infindável de críticas contundentes. Então ficam dúvidas: será que eu e o meu marido somos pessoas extra críticas e não soubemos apreciar a “organização” da viagem, ou será que a grande maioria do povo (dentre eles, professores da Universidade de Standford e Yale, astrônomos, meteorologistas, jornalistas & afins) tiveram expectativas totalmente diferentes da gente?  Só para dar uma idea, em Beijing o nosso hotel 5 estrelas tinha apenas uma pessoa na recepção que falava inglês. Nem mesmo os concierges sabiam e por isso tivemos vários problemas. Afinal, quando você está pagando por um hotel 5 estrelas, você não quer ter um atendimento condizente? Então, nossas críticas foram baseadas em questões como essa. Quanto à China, teria que escrever vários posts para descrever as minhas impressões, mas não se precisa ir até lá para se afirmar que a China é um país totalmente fascinante e surpreendente, não é mesmo?

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Foto China. Eu e meu amigo no 798 Beijing,  Dashanzi Art District, 798艺术区. Uma região de Beijing na qual vários artistas moram e expõem a sua arte. Adorei.

– E o Chile?  E isso é porque eu nem falei da viagem espetacular que fiz com as meninas para o Deserto do Atacama no Chile. Pegamos um pacote excelente, como todas as atividades inclusas. Foi uma viagem ultra intensa pois às vezes tínhamos duas atividades no dia. Foi o caso dos Geisers de Tatio e El Vale de la Luna, lugares espetaculares. Difícil falar o que gostamos mais, certamente todas as três gostamos da nossa aula de astronomia protegidas por uma noite forrada de estrelas. Os especialistas são unânimes em afirmar que os céus vistos do Deserto do Atacama estão dentre os mais belos do mundo. Fora isso, lagoas com concentração de salinidade igual ao Mar Morto. Foi divertido ficar flutuando durante uns 10 minutos (não mais do que isso porque a pele vai murchando rapidamente!). Depois a aventura ciclística de 23 kms no meio do deserto mais seco do mundo e sob um sol inclemente (dá-lhe filtro solar, colírio e gel humectante para o nariz). O hotel foi também ótimo e a vila San Pedro de Atacama, um charme. Com lojas para exploradores, tais como Columbia, Northface e restaurantes, cafés e bares charmosos, não é difícil imaginar como congrega gente interessante mundo afora. Foi uma viagem nota 10. Ah, preciso mencionar que tivemos nossos momento mulherzinha nos Duty-Frees de São Paulo, Santiago e Rio de Janeiro? No final ganhei muito mais do que beijos e abraços de agradecimento das meninas, renovamos nossos laços e a certeza de que ainda iremos empreender várias aventuras, de muitas naturezas,  juntas!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Foto Chile. As três mosqueteiras param para tomar suco de chirimoya para combater o calor inclemente do meio-da em São Pedro do Atacama.

Papo acadêmico: Todos os artigos que eu submeti o ano passado foram aceitos, inclusive aquele do Multicultural Shakespeare que fiquei re-escrevendo ad-infinitum! A consequência é que este ano terei 4 artigos publicados: um recorde meu, sem dúvida nenhuma. A outra notícia é que tem livro in the works, mas esta notícia ainda terá que se concretizar.

Abril de Shakespeare: Para os três caros leitores que seguem o blog devem lembrar que todo ano temos o evento Abril de Shakespeare. Em 2010, o evento estará na sua 5a edição e com mil novidades. Mini-cursos, mesas-redondas e palestras dos melhores shakespeareanos do país!! Logo, logo, posto a programação completa, mas já adianto que eu participarei falando sobre Macbeth, mais especificamente sobre as bruxas e uma das personagens mais temíveis da literatura: Lady Macbeth. 

Moral da história: Life goes on whatever happens. And lots of things happen. Sometimes good, sometimes really, really bad. But life goes on, regardless. And so do I, dear reader. So do I.


O caqui e o curso natural das coisas

Março 21, 2010

Acabei de comer um caqui antes da época. Um caqui cultivado em alguma greenhouse por aí. É um caqui prematuro, um caqui cujo curso natural foi alterado.  

Na medida que o homem interfere na natureza, a ordem natural das coisas se altera. As pessoas agem, julgam e interferem baseadas nos diversos inputs que receberam ao longo de suas experiências de vidas. Ninguém é neutro, ninguém é isento de pré-conceitos. Nós julgamos as situações e pessoas munidos da educação, dos conhecimentos, da cultura, da classe, etc., a que estamos associados.

Tá. Falei o que todos sabem. Mas talvez falei o que nem todos ainda sentiram. Quando a vida mostra que o curso natural das coisas foi, subitamente, alterado, nós nos damos conta da inexorabilidade do destino. Não adianta espernear. Mas quando algo foi arrancado de você tão injustamente que te faz questionar o “lugar natural das coisas”, assim como eu estou fazendo agora, você sente que  algo no teu destino, no que te era de direito sagrado, foi alterado. As consequências ainda não me são tão claras, mas uma coisa é: eu não sou culpada por este reverso tão artificial e acredito que algo no cosmo há de trazer uma resposta à altura para tal evento.

P.S. O gosto do caqui que eu comi não se compara, nem de longe, àquele do caqui amadurecido naturalmente, no seu curso natural.


Vestida e armada com as armas de Jorge

Março 7, 2010


How can I tell you

Março 1, 2010

Meu pai morreu há 30 anos e deixou um rombo no meu coração que nunca foi preenchido. É complicado para uma filha entender como uma pessoa extremamente carismática e humanitária como ele se vai para não voltar.  Até agora as pessoas chegam para me contar histórias incríveis dele e eu fico orgulhosa da sua história pessoal, do legado que ele deixou e do bem que ele fez para os destituídos. Desafiou o destino de imigrantes pobres e conseguiu ser um médico brilhante. Logo alçou vôos que lhe permitiram viajar e trabalhar por todo estado do Paraná. Um dos seus muitos grandes sucessos foi instituir a primeira Campanha contra o Câncer de Mama no estado, pela qual ganhou reconhecimento até da Organização Mundial de Saúde. A ironia é que foi de câncer que ele morreu, apesar de ter lutado bravamente por 8 anos.

Enfim, ficam os meus pensamentos e os meus sentimentos e a minha grande e eterna saudades do meu querido pai traduzidas de uma forma menos desajeitada na música do Cat Stevens.


Chá de sumiço

Fevereiro 24, 2010

Sumiço e momento para dar um reboot neste blog. Mas não é nada sério e eu volto logo; trata-se apenas de um momento de ajustes naturais e muito trabalho. Até breve!


Twitter – Blog – Facebook: quem é você?

Novembro 15, 2009

Se eu tivesse todo o tempo do mundo, responderia que eu sou Twitter, que sou o Blog, que sou o Facebook e o que mais chegar. Mas não tenho o tempo que gostaria. Aliás, me sinto até mesmo culpada de estar aqui escrevendo este post, só pra dar uma idéia. Mas também sinto muito saudades da relativa tranquilidade do blog. O blog te permite direcionar assuntos e cultivar algumas amizades, algo que o Twitter não faz. O Twitter é rápido e irritantemente instantâneo. Tenho pensado sobre o assunto e apesar de não ser nenhuma especialista feito a Adri Amaral,  ouso dizer que o formato do Twitter  molda o tema. Afinal, apenas manchetes podem ser noticiadas no twitter (e aí reside uma das suas maiores glórias).  E o problema de manchetes é que eles apenas apontam à questão. Além disso algumas vezes a leitura de manchetes leva a compreensões erradas. Então o Twitter é artificial, atirado e ousado.  Não sei se eu sou uma Twitter kindda girl: o twitter é vertiginoso para uma virginiana. O fato é que houve um certo êxodo de amigos que tinham blog para o Twitter e eu quis também vivenciar a experiência. Portanto, abandonei vergonhosamente o público&privado, algo que eu nunca tinha feito ao longo de três anos. E  a verdade é eu sinto falta do meu blog, dos meus posts que eu escrevo e que me dão uma sensação de completude (por falta de um termo melhor), dos amigos que se foram, aqueles três leitores que visitavam o blog para ler as minhas novidades. O blog me permete ir mais longe, introduzir um papo aqui e interagir de forma mais satisfatória que o Twitter. O blog me permete exercer a escrita (ainda que informalmente).  O blog permete que as pessoas me conheçam um pouco melhor do que o Twitter. Portanto, acho que eu vou voltar aos poucos e adoraria retomar as amizades. De qualquer forma, com ou sem leitores, vou voltar a postar e a escrever mais do que cento e quarenta caracteres sobre mim, sobre o que eu penso, e, quando eu quiser, também escreverei sobre as minhas pesquisas e atividades profissionais.  Mas tudo em doses homeopáticas, bien sûr.

A cara do meu dia é música “Meu Sangue Latino” (Ney Matogrosso), que eu amo.

Jurei mentiras e sigo sozinho, assumo os pecados.
Os ventos do norte não movem moinhos.
E o que me resta é só um gemido.
Minha vida, meus mortos, meus caminhos tortos,
Meu sangue latino, minha alma cativa …

The Naming of Cats de T. S. Eliot

Outubro 8, 2009

Um Cat Kitty é um Cat Kitty é um Cat Kitty, já diria Gertrude Stein. Mas olhem só o que um dos meus poetas favoritos de todos os tempos estava reservando para mim? Tenho que agradecer à minha  querida amiga inglesa Charlotte, que se compadeceu da minha história com o nome do Cat Kitty e enviou o poema para mim. Adorei pois sempre tive dificuldades de dar nomes para pessoas e animais de estimação. A Maria Luiza foi chamada de Melissa durante os nove meses da gravidez e a Carolina ia ser Maria Vitória (ui credo!).

cat kitty-09

The Naming Of Cats by T. S. Eliot
The Naming of Cats is a difficult matter,
It isn’t just one of your holiday games;
You may think at first I’m as mad as a hatter
When I tell you, a cat must have THREE DIFFERENT NAMES.
First of all, there’s the name that the family use daily,
Such as Peter, Augustus, Alonzo or James,
Such as Victor or Jonathan, George or Bill Bailey–
All of them sensible everyday names.
There are fancier names if you think they sound sweeter,
Some for the gentlemen, some for the dames:
Such as Plato, Admetus, Electra, Demeter–
But all of them sensible everyday names.
But I tell you, a cat needs a name that’s particular,
A name that’s peculiar, and more dignified,
Else how can he keep up his tail perpendicular,
Or spread out his whiskers, or cherish his pride?
Of names of this kind, I can give you a quorum,
Such as Munkustrap, Quaxo, or Coricopat,
Such as Bombalurina, or else Jellylorum-
Names that never belong to more than one cat.
But above and beyond there’s still one name left over,
And that is the name that you never will guess;
The name that no human research can discover–
But THE CAT HIMSELF KNOWS, and will never confess.
When you notice a cat in profound meditation,
The reason, I tell you, is always the same:
His mind is engaged in a rapt contemplation
Of the thought, of the thought, of the thought of his name:
His ineffable effable
Effanineffable
Deep and inscrutable singular Name.

corrida, toujours corrida.

Setembro 13, 2009

Deu um tempinho ameno e eu fui correr hoje de manhã. Achei que eu não fosse aguentar tanto tempo pois eu não corria há mais de 10 dias. Mas eu corri durante 50 minutos. Corri devagar e sempre, um pouco mais devagar que eu normalmente corro, que já é meio lento. A corrida é um esporte solitário, mas isso não me incomoda nem um pouco. Eu escolho o ritmo, escolho a duração, escolho a velocidade. Corro mais rápido ou mais lentamente. E geralmente sou uma boa corredora de longa distância, porque sei controlar tudo. Mas não sou uma atleta. Convenhamos, sou une fêmme d’un certain âge e como tal tenho que me sentir vitoriosa por correr e por vencer os limites impostos para aquela certa idade. A corrida me dá aquela energia extra para vencer as barras do dia a dia. Além do mais, só saber que a corrida exige que eu me exponha assim tão vulneravelmente aos elementos e que a decisão é constantemente feita e refeita a cada dia de corrida, me dá um certo poder, é inegável. Conheço pouquíssimas pessoas da minha idade que correm.  Então, por mais que às vezes eu me desanime, por mais que seja difícil, por mais que o tempo seja escasso, eu vou continuar a correr, sim. 🙂