Quem vez por outra passa aqui, já deve ter lido alguns dos posts sobre as minhas flores. Eu já escrevi bastante (principalmente aqui e aqui) sobre as minhas queridas lavandas, contei sobre os seus talentos e encantos e declarei minha preferência pelas belezuras. Só que já faz um bom tempo que eu não toco no assunto e, geralmente se eu paro de falar sobre algo que eu usualmente falava, é porque algo aconteceu. Enfim, indo direto ao ponto: as minhas lavandas, não sei porque cargas d’água, deram pouquíssimas flores e estão secando. Acaba que eu vou ter que revisar tudo o que eu falei delas. Não que eu tenha mudado de idéia, mas pelo menos agora eu sei que a lida com a lavanda não é tão fácil assim. Talvez eu tenha plantado essas mudas na época errada, talvez eu tenha regado muito no início, talvez eu tenha posto algum adubo que elas não gostem, não sei, o fato é que algo aconteceu. Eu juro que não vou desistir das lavandas, afinal, como poderia, com aquele perfume que me encanta e com aquelas flores pequenas, rústicas e absolutamente lindas que alegram qualquer ambiente. O negócio é o seguinte, pequenas lavandas: a vida continua enquanto eu fiz tudo para que vocês sobrevivessem, sabe como é, o capim cresce, as trepadeiras continuam aumentando freneticamente e as rosas…., pois é, as rosas.
A rose is a rose is a rose is a rose (Gertrude Stein)
O problema é que rosas são flores que não primam pela modéstia, adoram se mostrar. E as da foto aí de cima então quando se deram conta que as lavandas estavam mais pra lá do que pra cá, já viu, se aproveitaram… Nunca vi florescer tanto! Tem vezes que o roseiral tem mais de 10 rosas, todas lindas, perfeitas, do jeito que só as rosas conseguem ser perfeitas. Quando os pequenos botões florescem, nossa que perfume incrível! Eu fico pensando que os botões ‘guardam’ o perfume para poderem revelar toda a sua beleza quando finalmente se tornam rosas. Ocorre que, querendo ou não querendo, o ciclo das rosas logo vai entrar num período dormente: tenho que podá-la no outono para que ela se fortaleça para a primavera. Enfim, se precisa de poda, poda terá. Quanto às lavandas, sinto dizer mas terei que substituí-las por outras. Talvez tenha que aguardar até a primavera, veremos.
Mas vamos à mais recente atração do jardim:
São as nossas mudas de galangale, o gengibre que trouxemos na Tailândia! Pois é, depois de comer aquelas delícias todas e de descobrir que é quase impossível de fazer pratos tailandeses sem essa raiz, decidimos importá-la para o Brasil na nossa mala. O resultado é que já temos dois vasos com nossos preciosos gengibres asiáticos. Espero que eles continuem a mostrar a força e energia que tem mostrado até agora. É que nossos pequenos tailandeses não sabem o que lhes espera aqui no nosso inverno. Por enquanto eles são bebês e estão em vasos e logo teremos que transportá-los para a terra. Tenho pensando, no entanto, em talvez plantá-los em vasos grandes para somente na primavera, quando eles estarão bem maiores e fortes, levá-los para fora definitivamente. Vamos ver. O fato é que todo dia vamos fazer uma visita aos nossos tailandeses que até já ganharam apelidos: um, por conta de ter crescido incrivelmente rápido e ser magro e algo, ganhou o nome de Empire State Gally e o outro, por ter se desenvolvido em dois, se chama de Twin Towers. Nada muito criativo, mas e daí? O mais legal é imaginar que conseguimos trazer um condimento que não existe no Brasil e que nem mesmo os restaurantes tailandeses têm na versão natural, ainda que ele seja imprescendível para a culinária tai. Acontece que falou “tai”, eu arregalo os olhos. Então vida longa aos nossos pequenos tailandeses que, com a nossa ajuda para enfrentar o clima deste lugar — nada tropical — logo estarão assim: